quarta-feira, 24 de junho de 2009
Brasil forma cada vez menos professores
"O desprestigio da profissão e a falta de condição para arcar com o curso são os principais motivos para a falta dos profissionais"
Governo lançou na ultima semana, planos para estimular a formação de professores do ensino básico e médio em todo o país. Os números de estudantes que optam pela licenciatura estão caindo cada vez mais no país, de acordo com o Censo da Educação Superior, divulgado pelo MEC (Ministério da Educação).
Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), para ministrar aulas do ensino médio e das séries finais do ensino fundamental é exigida a formação em nível superior, em cursos de licenciatura.
Em 2007 a queda foi de mais de 3,3 mil pessoas não optaram pela licenciatura, cerca de 10% a menos em relação aos anos de 2005 e 2006. O Censo mostra que as maiores quedas foram nos cursos de geografia (-9%), letras(-10%), química (-7%) e filosofia (-5%).
Segundo, a profissional da educação e pós graduada em psicopedagogia, Arjelina Luzia Ribeiro, a piora da qualidade da educação e a má remuneração não incentiva a carreira do magistério. De acordo com ela os jovens ficam em dúvida entre a vocação e o mercado de trabalho, “ganhar dinheiro é tão importante quanto fazer o que gostam”, disse ela. “Mesmo com todas as dificuldades e o atual desprestigio da profissão, é prazeroso ensinar, somos ricos em cultura, e herdeiros de todas as raças, acredito na educação e no potencial da profissão”, afirmou a psicopedagoga.
Uma pesquisa feita pelo MEC, constatou que existem 300 mil pessoas ministrando aulas em todo o Brasil, sem a formação de licenciatura. Exemplo: engenheiro mecânico trabalha como professor de matemática ou física.
Para tentar reverter o quadro, o governo lançou no dia 28 de maio, o plano nacional para formação de professores, onde serão oferecidas em 90 universidades públicas mais de 300 mil vagas extras para formar professores que já atuam como docentes e não possuem licenciatura. E para estimular os jovens universitários para a graduação em licenciatura, uma lei foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ultima semana, visando uma reforma no Fundo de Financiamento do Ensino Superior (Fies), onde os estudantes do ensino privado que não têm condições de arcar integralmente com os custos de sua formação, poderão financiar até 100% do curso e pagar o financiamento trabalhando em escolas públicas. Para cada um mês trabalhado, 1% da dívida será abatida. "Em 8 anos e 4 meses, sem tirar R$ 1 do bolso, o estudante vai ter pagado todo o financiamento", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista para o site da UOL.
A lei também se estenderá para os estudantes de medicina, que poderão pagar a dívida trabalhando em hospitais públicos em áreas onde o profissional está em falta.
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